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Transformando o smartphone em um laboratório de ciências

Smartphones possuem sensores muito úteis para aulas expositivas ou práticas em ciências da natureza. Aplicativos podem ser utilizados para obter dados sobre o campo magnético terrestre e sobre o céu noturno, identificar terremotos e até simular um acelerador de partículas, entre outras funções. Algumas alternativas de aplicativos para smartphones em ensino de ciências são:

Arduino Science Journal — Android [gratuito] — iOS [gratuito]

Desenvolvido por uma equipe do Google, o Science Journal é uma espécie de canivete suíço de medidas que podem ser obtidas diretamente dos sensores do telefone celular. Dá para usar o acelerômetro para medir a aceleração, a inclinação e até a intensidade luminosa e sonora do ambiente. Com isso, é possível realizar diversas medidas experimentais relacionadas com cinemática, estudo das ondas, óptica, entre outras. Além de registrar as medidas coletadas a partir dos sensores do smartphone, o aplicativo ainda salva os valores encontrados, gera gráficos e permite exportar as informações obtidas. O Science Journal possui um guia completo de uso, com atividades e modelos de relatórios experimentais (clique aqui para acessar).

Lab4Physics — Android [gratuito]

Na mesma linha do Science Journal, o Lab4Physics permite utilizar sensores do smartphone para coletar dados. O aplicativo também oferece modelos de atividades experimentais que podem ser utilizadas em sala de aula.

AcceleratAR — Android [gratuito]

Já quis ver ou mostrar como funciona um acelerador de partículas? Com o AcceleratAR, isso é possível. Graças ao uso da realidade aumentada [1] (cujas dicas de uso você pode conferir aqui), o aplicativo sobrepõe superfícies físicas com gráficos digitais. Além de instalar o aplicativo, você deverá providenciar os marcadores físicos que permitem a realidade aumentada ser visualizada. Tanto os marcadores quanto instruções detalhadas de uso estão disponíveis no site do projeto (clique aqui para acessar).

The Elements — iOS [pago]

Tabelas periódicas são parte integrante de salas de ciências no mundo todo. E se pudéssemos complementar a tabela periódica com imagens de cada elemento, além das propriedades físico-químicas e um resumo histórico sobre a sua descoberta (ou desenvolvimento) e aplicações. A tabela é totalmente interativa e vale cada centavo pago no aplicativo.

MyShake — Android [gratuito]

A Universidade da Califórnia é uma velha conhecida quando o assunto é a ciência com coleta colaborativa de dados utilizando computadores e smartphones. No caso do MyShake, os pesquisadores do Laboratório Sismológico de Berkeley esperam construir um painel da atividade sísmica de todo o planeta com o auxílio dos sensores do smartphone em que o aplicativo está instalado. Funcionando em segundo plano, o MyShake reconhece tremores de terra. Embora esse fenômeno natural seja raro no Brasil, podemos conviver com ele a qualquer momento [2]. Além dos registros, o aplicativo permite visualizar registros sísmicos em tempo real em todo o mundo.  

Phyphox — Android [gratuito]

Uma caixa de ferramentas, especialmente para atividades que envolvam o estudo do campo magnético terrestre e de aceleração. Possui recursos parecidos com o Science Journal e o Lab4Physics, com a diferença de permitir ajustes mais finos na precisão dos sensores. Os recursos adicionais do phyphox podem ser encontrados em: phyphox.org.

Stellarium — Android [pago] — iOS [pago]

Um dos softwares mais conhecidos em Astronomia, o Stellarium possui um excelente aplicativo que, a partir dos sensores de localização e do giroscópio do aparelho, apresenta o céu noturno em tempo real para o usuário. A medida em que você aponta o aparelho para uma região do céu, a tela do aplicativo mostra quais são as estrelas ou planetas visualizados, além de informações sobre satélites, nebulosas e uma linha do tempo para auxiliar no planejamento das observações do céu.

Camaliot — Android [gratuito]

O Camaliot é o resultado do esforço da Agência Espacial Europeia para melhorar o Sistema Global de Satélites de Navegação — GNSS. Esse sistema é responsável pela localização de sistemas de satélites aplicados em diversas áreas, especialmente em estudos climáticos. A ideia é que os modelos de previsão do tempo fiquem ainda mais precisos. Além de enviar os dados, é possível encontrar informações sobre os satélites do GNSS. É interessante usar o Camaliot em conjunto com o Stuff.Space [web], site gratuito que utiliza IA para apresentar a posição em tempo real dos milhares de satélites ao redor de nosso planeta.

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[1] Saiba mais em: Dicas de uso da realidade aumentada no ensino de ciências
[2] É interessante apresentar conteúdos da Rede Simográfica Brasileira: http://rsbr.gov.br/

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F. C. Gonçalves

Flávio “F. C.” Gonçalves é mestre em ciências pela Escola de Engenharia de Lorena (EEL-USP) desde 2019, além de licenciado em Física pela Universidade de Taubaté (Unitau) desde 2010, mesmo ano em que passou a atuar no ensino de Física nos níveis fundamental e médio. Como não sabe desenhar nem tocar nenhum instrumento musical, tampouco possui habilidades para construir qualquer tipo de artesanato, restou-lhe a escrita: “quando não sei o que dizer, escrevo”, diz. Desde criança é entusiasta do conhecimento científico. Da sede de querer conhecer mais sobre o mundo veio a paixão pela Astronomia. E quando menos percebeu, estava escrevendo e falando sobre o conhecimento científico para quem quisesse ler ou ouvir.

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