Criada em 2017, a hashtag é um marco na comunicação na internet. A ideia é simples: marcar assuntos ou temas específicos em uma postagem e, com isso, conseguir reunir diferentes fontes de conteúdo sobre eles. No Twitter — site onde as hashtags ganharam vida e são utilizadas até hoje —, diversas hashtags sobre ciência são alimentadas diariamente por cientistas, jornalistas, professores, divulgadores científicos e entusiastas da ciência. A pioneira foi a #Twitciência, e hoje temos assuntos segmentados, como a #AstroThreadBR, #AstroMiniBR, para assuntos sobre astronomia ou a #MinhaCiênciaEm1Tweet para cientistas e pesquisadores descreverem suas pesquisas.
Hashtags podem viralizar e trazer mais pessoas para o assunto. Ou serem utilizadas como fonte de pesquisa para cientistas que estudam as influências das redes sociais no comportamento humano dentro e fora delas, especialmente em disputas eleitorais.
O fato é que as hashtags são instrumentos interessantíssmos para acompanhar o alcance de um assunto dentro das redes sociais (embora o uso uso ainda seja mais comum no Twitter e no Instagram). Sites como o Keyhole e o próprio Twitter Analytcs permitem que qualquer pessoa monitore o alcance e a quantidade de perfis relacionados com uma hashtag específica, enquanto o perfil no Twitter @BotSentinel analisa se as hashtags são postadas por perfis reais ou foram programadas para fazer postagens em massa e contaminar os debates na rede social.
E para facilitar o acompanhamento das discussões em torno de um assunto ou de uma hashtag sobre ciência, é possível utilizar a nova plataforma criada pela agência de dados Volt Data Lab. Patrocinado pelo International Center for Journalists e com o apoio da Knight Foundation , o “Science Pulse” (ou “Pulso de Ciência”, em tradução livre) reúne milhares de perfis de cientistas, médicos, instituições de pesquisa, universidades, organizações de pesquisa ou de divulgação científica e permite que qualquer pessoa, ao acessar a plataforma, analise o que os cientistas estão publicando sobre temas de ciência. Para isso, basta acessar a plataforma neste endereço e acompanhar os assuntos discutidos, a popularidade de um determinado assunto ou hashtag ou ainda realizar a sua própria busca de assuntos.
O Science Pulse, por enquanto, está restrito a perfis no Twitter. Qualquer pessoa ou instituição pode sugerir um perfil para compor a curadoria da plataforma por meio deste formulário .
A iniciativa é interessante não apenas para jornalistas científicos que precisam localizar fontes para apurar as suas pautas. Também é importantíssima para dar visibilidade para cientistas que divulgam os seus trabalhos ou debatem os assuntos relacionados com a sua formação acadêmica em um ambiente diferente do ambiente científico, que possui regras e linguagem diferentes daqueles que outros setores da sociedade estão acostumados.
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Para saber mais:
- Sobre Chris Messina, o criado das hashtags: https://en.wikipedia.org/wiki/Chris_Messina_(open-source_advocate)
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F. C. Gonçalves é mestre em ciências pela Escola de Engenharia de Lorena (EEL-USP) desde 2019, além de licenciado em Física pela Universidade de Taubaté (Unitau) desde 2010, mesmo ano em que passou a atuar no ensino de Física nos níveis fundamental e médio. Como não sabe desenhar nem tocar nenhum instrumento musical, tampouco possui habilidades para construir qualquer tipo de artesanato, restou-lhe a escrita: “quando não sei o que dizer, escrevo”, diz. Desde criança é entusiasta do conhecimento científico. Da sede de querer conhecer mais sobre o mundo veio a paixão pela Astronomia. E quando menos percebeu, estava escrevendo e falando sobre o conhecimento científico para quem quisesse ler ou ouvir.